Neste mês concluo a avaliação do processo crescente de ‘offshoring’ em andamento, de um ponto de vista estratégico para o país. Já descrevo duas ameaças: uma, representada pela entrada, no universo da oferta de mão-de-obra, por parte de países que ainda não o disputam, mas dispõem de contingentes de recursos humanos signficativos. A segunda, advinda do fato de que a janela de oportunidade para a prestação deste tipo de serviços (ao contrário do que vem sendo pregado pela maioria dos interessados em prestar este tipo de serviço, também é restrita, e deve se fechar em no máximo dez anos).
Enquanto insistirmos em deixar o ‘barco correr’ a sabor do mercado, seremos relegados, no cenário global, a sermos meros imitadores das estratégias de outros países, e com atraso de anos ou décadas (comparando por exemplo, com a Índia, apontada por muitos como um caso de sucesso).
Necessariamente, a definição destas estratégias passa pela política. E não basta dizer que desde 2003 o setor de TI foi contemplado como sendo um setor prioritário na Política Industrial do país, já que isto não trouxe nenhum avanço concreto para o setor.
Analogamente, uma série de medidas tomadas nos últimos anos, como a isenção de impostos para empresas que exportam 80% ou mais da sua produção, maquiavelicamente acabaram não beneficiando empresa alguma.
Questões tributárias, encargos trabalhistas, a construção de um marco regulatório claro para o setor são apenas pré-condições, que vem sendo pleiteadas pelas entidades do setor há décadas (infelizmente).
Se no longo prazo quisermos manter empresas de capital nacional com participação significativa no mercado nacional (hoje de apenas 17% e em queda), é imprescindível estabelecer incentivos e financiamentos a investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos no país, na venda (e não apenas na promoção) de produtos nacionais no Exterior, na criação de programas específicos de formação de mão-de-obra altamente qualificada (e não apenas de programadores a partir de alunos do colegial). Os outros países estão avançando a passos largos, e nós?
Enquanto insistirmos em deixar o ‘barco correr’ a sabor do mercado, seremos relegados, no cenário global, a sermos meros imitadores das estratégias de outros países, e com atraso de anos ou décadas (comparando por exemplo, com a Índia, apontada por muitos como um caso de sucesso).
Necessariamente, a definição destas estratégias passa pela política. E não basta dizer que desde 2003 o setor de TI foi contemplado como sendo um setor prioritário na Política Industrial do país, já que isto não trouxe nenhum avanço concreto para o setor.
Analogamente, uma série de medidas tomadas nos últimos anos, como a isenção de impostos para empresas que exportam 80% ou mais da sua produção, maquiavelicamente acabaram não beneficiando empresa alguma.
Questões tributárias, encargos trabalhistas, a construção de um marco regulatório claro para o setor são apenas pré-condições, que vem sendo pleiteadas pelas entidades do setor há décadas (infelizmente).
Se no longo prazo quisermos manter empresas de capital nacional com participação significativa no mercado nacional (hoje de apenas 17% e em queda), é imprescindível estabelecer incentivos e financiamentos a investimentos em pesquisa e desenvolvimento de produtos no país, na venda (e não apenas na promoção) de produtos nacionais no Exterior, na criação de programas específicos de formação de mão-de-obra altamente qualificada (e não apenas de programadores a partir de alunos do colegial). Os outros países estão avançando a passos largos, e nós?
Publicado originalmente na Information Week de junho de 2007
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